O número de páginas pode assustar a primeira vista, mas Asiáticos Podres de Rico é uma das melhores comédias que já li. Não tinha lido muitos livros do gênero comédia-romântica, e principalmente nunca tinha lido algo tão asiático assim. Eu costumo ler livros de outras culturas também, como O Problema dos Três Corpos, que se passa também no mesmo continente, mas geralmente esses livros ainda citam muito a Europa e os Estados Unidos, e recebem muita influencia desses lugares para contar sua própria história.
Esse livro é diferente desse padrão, fugindo do resto do mundo e focando apenas no que realmente importa: sua própria cultura. O que é problemático, em certo ponto, pois mostra que o pessoal da Ásia ainda é muito conservador, machista e homofóbico. Não conheço aprofundadamente a cultura local, então não posso afirmar que o que foi mostrado no livro é realidade.
De qualquer forma, o enredo é extremamente engraçado em seus aspectos. Sempre levando tudo relacionado a dinheiro e capitalismo ao extremo e o surreal. Diversas cenas são mostradas que são fora do mundo real de pessoas comuns como eu e você, o que torna a história interessante mas ao mesmo tempo distante, já que dificilmente viveremos uma experiência como essa.
A história gira em torno de uma família ultra-rica de Cingapura, mais centralizado ainda em um casamento que está prestes a acontecer. É por causa desse evento que Nicholas e Rachel, que moram em Nova York, vão passar as férias na cidade natal de Nick. O que a jovem não sabia era que seu namorado é extremamente rico, ao ponto de não precisar nem estar trabalhando como historiador, como ele faz nos Estados Unidos.
Logo no avião, Rachel é surpreendida e vai sendo assim até as últimas páginas do livro. A família conservadora e machista de Nick faz com que tudo gire em torno de dinheiro, casamento e prestígio. O jovem milionário, ou bilionário, vai saber, se casar com uma garota normal e sem grana seria muito humilhante. (para começo de conversa, eles não deveriam nem ser obrigados a se casar, mas tudo bem)
Diversos pontos são questionados, principalmente a fidelidade no casamento, a real necessidade de se casar e também as principais tradições dessa família. Porém, esses aspectos ficam um pouco a desejar, já que ao fim do livro nada extraordinário acontece, deixando a história com um ar de que faltou aquela "lição de moral", que confronte todos esses problemas da sociedade atual.
Hoje, felizmente, o mundo está evoluindo para uma sociedade em que ninguém precise se casar por obrigação. Muito menos ser impedido de se relacionar com outra pessoa por conta de sua sexualidade, dinheiro, etnia e nem de sua cidade natal. O livro é sim divertido, mas deve ser lembrado que ninguém é obrigado a nada nessa vida, e ninguém pode te impedir de ser feliz.
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