Este ano completa 10 anos que o Caso Nardoni começou, e até hoje não é possível afirmar com toda certeza o que realmente aconteceu naquela noite. O jornalista Rogério Pagnan, que é o autor do livro reportagem O Pior dos Crimes, acompanhou desde o início e continuou pesquisando o assunto, mesmo quando a polícia deu o caso como encerrado.
Esse crime foi o que a Isabella Nardoni, menina que foi jogada da janela de um apartamento em São Paulo, sendo os incriminados o pai e a madrasta. Porém, nunca confessaram a autoria do crime, e nem mesmo a polícia conseguiu provas concretas que deixassem claro essa afirmação. Ao longo do livro o autor relata diversos buracos nessa investigação, e o como as acusações foram vazias e sem muito no que se sustentar.
O mais interessante é a forma que o livro reportagem foi contado, parecendo até obra de ficção policial. A história é contada em forma de romance, em que cada parte do livro é explorado um assunto: o crime, os personagens, a investigação, entre outros. Grande parte das pessoas souberam do caso pela mídia, que era a versão da polícia sobre os acontecidos, mas o jornalista mostra nessa obra também o lado oculto e os bastidores dessa investigação.
Algo que é notável, e até assustador, é a forma que a polícia abordou o caso. A falta de ética e até de profissionalismo fica marcado nesse caso, contendo provas ignoradas, falta de comprovação científica, até mesmo investigadores sem formação. O jornalista conseguiu ao longo desses anos coletar diversas evidências que mostram essas falhas na investigação e no julgamento dos Nardoni, mas que aparentemente foram ignoradas na época, ou não se tinham conhecimento.
Já fazem 10 anos do crime e ainda não é possível saber com exatidão quem é o culpado, ou quem são, pois os acusados não confessaram e existem diversos buracos na versão contada pela polícia. Os tais "assassinos" seriam mesmo os culpados ou a justiça teria prendido pessoas erradas nesse caso cheio de reviravoltas?
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