Cidade de Selvagens, de Lee Kelly | Resenha de Livro


Imagine se as grandes potências mundiais entrassem em guerra hoje, e os Estados Unidos saísse perdendo ao ponto de virar um grande presídio? Esse é exatamente o cenário do livro "Cidade de Selvagens", escrito por Lee Kelly. Mais precisamente em New York está localizado um cerco do exército inimigo e todos os cidadãos se tornaram prisioneiros. 

Porém, essa guerra já acontece há 15 anos, e duas meninas cresceram já conhecendo esse universo de caos: Skyler e Phee. O livro é contato em ambos os pontos de vista, e ao mesmo tempo intercalando com a história do passado, sobre o início da guerra, por meio do diário que a mãe delas escreveu. 

A parte interessante acaba por aí, já que o livro tem diversos erros em questão de criação de história, principalmente a falta de pesquisa por parte da autora. A premissa é até interessante, porém, a autora quis abraçar o mundo com braços pequenos e acabou se perdendo, e cometendo erros bobos ao longo do livro.

Uma questão que me incomodou foi relacionado ao Zoológico local, em que eles soltam os animais e aparentemente eles continuaram vivendo livremente ao longo dos anos, o que nunca aconteceria pois animais nascidos em cativeiro não se adaptam sozinhos à natureza. E também tem uma parte que é mencionada uma tribo canibal, que não faz o menor sentido.

A criação de personalidade de ambas as irmãs é uma parte interessante, mas que é completamente deixada de lado quando elas se apaixonam por caras desconhecidos, e passam a então competir por homem. Sendo que até então, elas eram completamente independentes e com essa mensagem subentendida de "não precisamos de ninguém".

Por outro lado, alguns outros personagens mudam de personalidade de acordo com as intenções da autora, já que em determinados momentos eles são os vilões e depois são os mochinhos. 

Algumas coisas me incomodaram no livro, principalmente o amontoado de situações que a autora apresenta sem a preocupação de tornar aquilo algo palpável e que pareça real. Posso afirmar que metade dos diálogos são superficiais e nunca seriam ditos em voz alta na vida real, já que as pessoas não falam e não agem dessa forma. Isso por que não estou levando em consideração as habilidades que os personagens aprendem de uma hora para outra.

Infelizmente era uma história com potencial que acabou se perdendo, e grande parte disso teria se resolvido se tivessem feito uma pesquisa antes de escrever e também se tivesse lido os diálogos em voz alta.

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