Hoje o mundo começa a se tecnologizar, nosso computadores, smartphones, televisões, carros e até outros aparelhos banais já podem começar a pensar por si só. Agora imagina isso em um futuro, não tão distante, no qual essas máquinas se voltam contra nós. Essa é a premissa de Robopocalipse, escrito pelo especialista em robótica Daniel H. Wilson.
Um apocalipse dominado por robôs que estão em todos os lugares pode parecer perturbador, mas não chega a ser tanto, já que mesmo as máquinas podendo aniquilar todos os humanos em questão de dias, elas não o fazem, o que torna o livro um pouco irritante. Em diversos momentos as máquinas provam do que são capazes, mas o autor sempre deixa uma brecha para que a humanidade consiga viver no final das contas.
Contado de maneira que nunca vi antes, o livro é um copilado de relatos dessa guerra, narrado por diversos personagens diferentes. Ao início pode parecer estranho, já que o livro parece ser um conjunto de contos soltos, mas que em algum momento irão se unir. Para a história fazer mais sentido, saiba que todos os personagens narrados são os "principais" e eles voltarão a contar novas histórias ao longo do livro.
[Esses pequenos detalhes, como quem são os personagens e como essas histórias irão se juntar, me deixaram confuso até a metade do livro, e só então entendi os padrões de repetição de nome e local. Então já deixo aqui o registro para você conseguir aproveitar melhor a história.]
Tudo dentro desse livro é realmente plausível, menos a parte das máquinas serem vulneráveis e ter sempre algum ponto para se autossabotar, e o autor traz o assunto de forma tão sutil e real que chega a dar medo disso acontecer. Ao mesmo tempo, conseguimos entender o lado dos humanos e dos robôs nessa guerra, já que os androides se veem como seres pensantes e não aceitam mais serem escravizados.
Robopocalipse é do tipo de livro para quem gosta de ficção científica misturada com horror. É uma ótima jornada para os amantes de fim de mundo, porém pode ser também uma decepção, já que, como dito antes, o autor sempre deixa uma ponta na história para que a humanidade consiga vencer.
Nitidamente o leitor consegue ver que se as máquinas quisessem, elas poderiam acabar com nós humanos em um piscar de olhos, mas talvez isso seja o desenrolar da história para a sequência do livro, chamada "Robogenesis".
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