Querido Dana-se, de Kefera Buchmann | Resenha do Livro


Em seu primeiro livro de ficção, Kefera consegue conduzir a história de maneira leve e descontraída. No começo pode parecer que é apenas mais um livro reforçando o estereótipo "Mulher tem que casar e ter filhos", mas é um livro sobre o longo processo de desconstrução.

O livro é o diário de Jussara, ou Sara, como ela prefere ser chamada, uma jovem estilista de 26 anos que um dia quer ter sua própria marca de roupas. No momento ela trabalha para uma das marcas mais famosas do país e terminou recentemente com seu namorado, o que levou ela a frequentar uma psicologa, que por sua vez sugeriu a ideia do diário.

No começo, a ideia de conhecer dia após dia de Sara é bem atraente, rápido de ler e também muito divertido. Em vários momentos é possível ver as marcas do humor da autora, porém, depois de um certo ponto da história parece que a autora esquece da característica de diário e a história começa a se tornar mais complexa e mais descritiva, o que não é muito normal para a característica do livro.

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Isso é um problema de concordância, mas não em questão de enredo, já que só torna a história mais empolgante. Conforme o tempo vai passando, a protagonista vai se abrindo mais e novos desafios vão aparecendo em sua vida, e o desenrolar é de forma leve e um pouco improvável para o mundo real.

A forma que o livro tem de se concluir é uma mistura de sorte com surrealidade, mas como é um livro de ficção, é possível relevar. Esse aspecto mostra o como é um livro leve e que te deixa feliz ao pensar em um dia conquistar seus próprios sonhos. É inspirador ver Sara conseguir alcançar seus objetivos, mesmo que de forma inesperada, e deixa um ar de esperança para o leitor.

No geral, é um livro para ser lido após um choque de realidade. Não é a história com mais reviravoltas, o livro mais real ou aquele livro que irá desconstruir toda a sociedade. Muito pelo contrário, é uma história simples que mostra que a vida ainda vale a pena ser vivida, mesmo com todos os perrengues que passamos.
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