Bom dia, Verônica, de Andrea Killmore | Resenha do Livro


Verônica é uma secretária da polícia de São Paulo, que não deveria, mas começa a investigar dois crimes. O primeiro deles é o que se inicia nas primeiras páginas do livro: Marta Campos se suicida na frente da protagonista, e momentos antes ela diz que foi enganada por um golpista na internet. O segundo crime fica por conta de outra mulher, também vítima, chamada Janete. O marido dela tortura e sequestra mulheres, e força Janete a seja cúmplice.

Retratando os problemas de ser mulher, injustiças e desigualdades, o livro vai narrando os passos da protagonista para mostrar que ela pode fazer tudo o que um homem pode. O problema em questão é que Verônica decide investigar por conta própria, sem ajuda de ninguém, e isso, como previsto, da errado em vários momentos.

Esse ponto pode parecer uma mensagem como "viu só? toda mulher precisa de um homem", mas ao decorrer da história notamos as mudanças e toda a volta por cima que ela dá. Além desse ponto, também é mostrado o outro lado, no qual mulheres sofrem na mão dos homens, tentando justamente desconstruir essa ideia de que mulher precisa de um homem.

Conhecemos a vida profissional da policial, com os bastidores, sua rotina e seus perrengues, e também a vida pessoal dela, conturbada, mal resolvida e com alguns problemas. Pode-se afirmar que Verônica não é o melhor exemplo do mundo, já que ela também comete muitos erros.

O livro nacional é o melhor retrato dos brasileiros hoje: apontamos os erros, caçamos os que vão contra o certo, mas no fundo fazemos as mesmas barbaridades, e algumas vezes até coisas piores. Não podemos apenas criticar o próximo, precisamos também mudar nós mesmos, e essa história fala um pouco sobre isso.

A história sobre a Verônica começa muito antes do livro, a autora Andrea Killmore, que na verdade é um pseudônimo, faz parte da magia que envolve o livro. Na parte de trás do livro é contado um pouco sobre essa autora, e diz que ela prefere não se identificar, e ao ler a história, entende-se talvez o porquê disso.

A conclusão, talvez, ajude a criar certas teorias que mostram a conexão entre a autora e a personagem, mas isso é assunto para outro momento, principalmente para quem já leu os livros. O que sabemos é que a forma que o livro se fecha é perfeita, incrível e bastante criativa, misturando diversas formas de mostrar o que aconteceu.
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