Como se casar com um Mârques, de Julia Quinn | Resenha do Livro


     Normalmente resenhas começam fazendo um pequeno resumo sobre a história do livro em questão, mas primeiro preciso falar sobre Caroline e Blake Ravenscroft, que são dois personagens secundários em Como se casar com um Marquês, mas foram os principais em Como agarrar uma herdeira (livro este que por infortúnios do Universo não consegui ler ainda). Por isso preciso fazer uma pequena mensura a eles nesta resenha. 

           “Vou falar agora falou James, mantendo a voz lenta e controlada. E a pessoa que me interromper vai ser jogada pela janela. Fui claro?
Ninguém disse nada.
Fui claro?
Achei que você quisesse que ficássemos quietos ironizou Blake.
O que foi o incentivo de que Caroline precisava para abrir a boca e dizer:
Você acha que ele percebeu que a janela não está aberta?”


Como se casar com um Marquês já estava sensacional antes mesmo desse belo casal surgir na história, mas quando Caroline surge com uma fantasia de abóbora, que acaba gerando uma discussão se é fruta ou vegetal por ninguém menos do que Agatha Danbury (sim, a senhora sem escrúpulos e maravilhosa da série Os Bridgertons), com sua inconveniente sutil língua de uma criança tudo se transforma e o livro ganha uma pegada cômica inacreditável. Antes disso eu já havia substituído o primeiro lugar do meu Top 3 Julia Quinn anteriormente ocupado por O Duque e Eu e agora ocupado pelo tema desta resenha.

Elizabeth Hotchkiss perdeu a mãe e seis meses depois o pai, para conseguir dinheiro a fim de manter a sobrevivência dela e dos três irmãos mais novos (Susan, Jane e Lucas) passou a ser dama de companhia de Lady Danbury. E de brinde absorveu toda a insolência e o humor ácido da senhora nesses 5 anos de trabalho.

Porém apenas o que recebe como dama de companhia não está sendo o suficiente para nada além de manter a sobrevivência dela e dos irmãos, mal consegue por comida na mesa, quiçá mantê-los apresentáveis aos olhos da sociedade. Pensando no bem estar dos irmãos e abrindo mão de suas vontades pessoais, Elizabeth decide se casar com alguém rico para poder enfim proporcionar uma vida melhor a eles e conseguir mandar Lucas para Eton e, consequentemente após a escola, ele poder finalmente assumir seu título de baronete por direito.

Com a ideia infame de se casar com o primeiro rico que bater a sua porta, o destino põe Elizabeth cara-a-cara com um manual de como se portar bem para conseguir um Marquês, mas até a chegada de James Siddons, o Marquês de Riverdale que surge das profundezas da falta do decoro, ela não fazia ideia de com quem poderia treinar os delírios em forma de decretos presentes naquele pequeno manual.

“James riu de si mesmo. De um momento para outro, passara a interessar-se por tudo o que se referia ao mundo de Elizabeth. Notou, também, que estava pensando nela não como a srta. Hotchkiss e sim como...
 — Elizabeth... — ele pronunciou, baixinho. E esse nome, dito assim, evocando a imagem luminosa e alegre daquela jovem, era quase irresistível.”

  Enquanto James está disfarçado tentando descobrir quem está chantageando a Lady Danbury, sua tia, consegue ainda oferecer galantemente ajuda a Elizabeth permitindo ser usado para ela testar os decretos do manual da Sra. Seeton.


Sem sombra de dúvidas, até o presente momento, é o melhor livro da Júlia Quinn. Talvez minha opinião mude após ler Como agarrar uma herdeira (não que eu seja inconstante, muito pelo contrário). Voltando ao foco desta resenha Como se casar com um Marquês é uma mistura saudável entre o cômico, o mistério e o amor.

Eu me apaixonei de cara pelos mocinhos dessa trama e enquanto me permiti gargalhar do começo ao fim, também me permiti ficar com os olhos marejados, às 7 horas da manhã num trem lotado, por causa de um tema tão atemporal ser tratado com tanto carinho e compreensão no livro. Por isso eu amo Júlia Quinn, ela é uma das poucas escritoras que consegue pegar temas polêmicos e tratá-los com leveza e um toque mágico de glitter do amor, sem desmerecer a magnitude da situação.

E Elizabeth Hothckiss com toda certeza passou tempo demais com Lady Danbury, porque ela se tornou uma das poucas pessoas que conseguem manter uma conversa no limite do aceitável e do bom-senso com a velha senhora.

"Na minha idade é meu direito ser tão arrogante quanto eu quiser.
E que idade seria essa no dia de hoje?
Lady D. balançou o dedo para Elizabeth.
Não seja engraçadinha. Você sabe muito bem a minha idade.
Faço o possível para me manter em dia com essa informação." 
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